quarta-feira, 8 de julho de 2009

Património Arquitectónico - PARTE I



Pra quem está envolvido no ambiente da faculdade (de arquitectura da UEM), o tema já deve estas desgastado (mas não tão bem explorado): O património arquitectónico da nossa cidade de Maputo.



Muitas vezes o conceito de património arquitéctónico fica reduzido à aqueles de interesse turístico imediatamente reconhecido: O edifício dos CFM na Praça dos Trabalhadores, A Casa de Ferro, A Catedral, o edifício sede do Conselho Municipal.


Nós os escassos estudiosos desse património temos feito muito pouco para ampliar este conceito e dar a conhecer ao mais leigos como reconhecê-lo e preservá-lo

Hoje podemos começar pelos primórdios da História (urbana) da nossa cidade: os primeiros edifícios.
Esta (foto acima) é a esquina da R. da Mesquita com a R. de Bagamoyo, Zona da Baixa.Parte dos principais valores arquitectónicos que tiramos destes edifícios é um uso das varandas, as palas de protecção solar (já reparam naquelas lajes dos prédios da 24 de Julho que nos protegem da chuva e sol), as curvas ou chanfrado da esquina dos edifícios. Mas se isto é muito óbvio ou fugaz, reparem no tratamento das colunas de ferro que suportam estas varandas.


Aos que prezam os valores de origem local, a foto embaixo: os edifícios da Baixa da Cidade de Maputo têm mais força por trazer ao meio urbano marcas da realidade rural (exemplo, varanda da palhota tradicional) ou por recordarem o passado colonial (como se os colonizadores tivessem trazido isto consigo)??


Perdoem-me os entendidos da matéria, só queria dar o passo!!!


quarta-feira, 21 de maio de 2008

CAMADA DE LIXO


Nem sempre ser sujo é mau!

A lixeira de Maputo fala. E fala mais alto do que as vozes que gritam no nada. Fala aos olhos de quem pode ver. Fala nos estratos da sua composição em poesia fina. Calam-nos os altos molhos de lixo, que escondem a história, como pude ver. História fresca, ainda na máquina de fazer. Lá bem no alto do monte alto do lixo está o UNDER! É lá que vive a linha ténue entre a dignidade e a necessidade de viver. Vou explicar! Optas por morrer a fome com orgulho ou viver na linha sem orgulho! Na verdade tudo que está para além da questão ” viver ou não viver” é nada. Nem o direito a vida, nem o direito a saúde, nem o direito a viver longe do que me obriga a estar na linha. E venho parar aqui, na linha, entre o que sei e o que não sei, dia ou noite, o que interessa é não morrer.

Mesmo assim, aqui, esperando não sei quem, divago nas minhas limitações e lá na utopia se insinua tímido um pão, um chá, um sabonete cheiroso, e a minha vida. Enquanto ela não chega, me mantenho com lixo!

Mas não que o lixo tenha problemas, aliás, aqui tem soluções, por isso estou aqui. As inconstâncias dos investimentos energéticos é que podem me custar o pão! Se quem quiser não quiser, tenho que querer mudar de investimento e inventar outra solução do lixo! Cientista esfomeado! Eu sou o invento! Não tenho idade… sou eu … e preciso comer.

Não sofro, porque lixo por lixo a diferença entre o meu emprego e o de qualquer outro é o objecto de trabalho!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Procuram-se referências de paisagem em Maputo











Talvez por insensibilidade minha (ou provocação ;) ), procuro imagens ou descrições de paisagens de referência de Maputo.

Contextualizemo-nos

paisagismo (conceito trivial)-estudo das questões relativas ao ordenamento paisagístico, bem como do planeamento e à decoração de jardins, parques.
exemplos: Jardim dos Namorad
os, jardins franceses (Palácio de Versalhes) - todos os exemplos são questionáveis se justificados, há-de ser interessante.

paisagismo (da autora do blog) - estudo e manipulação dos cenários em que o homem interage em busca de sensações de cor, cheiro , perspectiva visual, textura/tacto,luz e sombra, sons e de relações humanas (mto sumariamente) exemplos: o cheiro dos temperos no bazar, feriados de sol na praia da costa do sol (frangos assados, enchentes, festa).

Voltando a questão inicial: o desafio é a sugestão por meio de fotos (enviem-me por e-mail) ou descrições verbais (por email ou comentário neste post) de imagens/paisagens de Maputo que valham a pena para catalogar Maputo

foto do Bazar Central de Maputo tirada daqui

foto da Praia da Costa do Sol tirada daqui

desculpas


À todos que contavam com o desenvolvimento deste blog, aum sincero pedido de desculpas.

Motivos: fora a velha desculpa do trabalh
Adicionar imagemo da faculdade (que na verdade é por ela que se está aqui), havia mtos planos para o inicio do ano lectivo (recepção dos caloiros, festas). Uns dias de cama tiraram-me forças e desorganizaram-me os "ficheiros".

vamos cont
inuar...

imagem tirada daqui

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Caloiros 2008

Vêm ai os caloiros: os primeiros nas minhas mãos!
Sem terror!!! A FAPF pauta pelo maior dos civismos e este ano parece que se vai fzr diferente (isto é melhor)!!!
Assim, os novos ingressos não me faltem a "Oração de Sapiência" do mestre no 1º dia de aulas

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008


Ainda que não sobre a situação que se assiste hj, em resposta à uma pergunta muuuuuuuuuito repetitiva, ouvi dizer que "o balanço era positivo".
Passem por aqui para as notícias mais actualizadas

Foto tirada daqui

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

off-topic


Visto o Quénia, reforço os parabéns ao líder da nossa oposição!

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Dizem que as crianças vão estudar aqui...

Foto: Um dos centros de acolhimento das vítimas das cheias de 2008

Acreditam na proposta de adiar este ano lectivo para estas crianças (é o que proponho)??? É que sem endereço (digo tecto próprio e "definitivo"), de luto e sem refeições regulares garantidas eu cá não investiria tanto esforço numa sala de aulas destas... Investimento cego!


Foto tirada daqui

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008


Tudo indica que os "chapa 100" voltarão a fazer justiça ao seu nome... de 5 pra 12 meticais... já não custa muito para os 100 mt...

Foto tirada daqui

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

analfabetismo arquitectónico



A nossa condição de país de terceiro mundo convence à maior parte de nós da nossa pobreza criativa. Poucos para além dos estudantes da nossa faculdade de Arquitectura (UEM-FAPF) têm conhecimento de nomes como o de Pancho Guedes cujas obras dão um carácter particular à Cidade de Maputo. E acreditem, há quem nos venha visitar tendo como atracção "O Leão que ri" ou "O Dragão". Quem lá vive não compreende o valor do património e vai deturpando estas formas mesmo ao estilo moçambicano (envidraçar a varanda para aumentar os quartos, partir as paredes para abrir janelas com uma regra geral que é pintar a porção de paredes exteriores que encerram cada flat com a cor que a cada um convier).

E o nosso complexo de inferioridade como africanos contribui para aumentar o analfabetismo arquitectónico.
Falar de de Guedes e Forjaz pode parecer distante da nossa realidade por fazerem parte do meio urbano.
Mas são realidades da cultura arquitectónica no Niassa de decorar mais ricamente as portas do que qualquer outro elemento da casa ou mesmo aquelas portas de entrada típicas do Ibo , Ilha de Moçambique e outras ilhas da região que são elegantemente aplicadas por um famoso mestre!

Foto extraída do Livro "Ibo - a casa e o tempo" do dr. Arqt.º Júlio Carrilho. Publicações UEM-FAPF. (disponível pra consulta junto a biblioteca/arquivos da faculdade)